segunda-feira, 29 de julho de 2013

INFORMAÇÕES SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL

Aumente o consumo de frutas e verduras. Os hábitos de vida ou estilos de vida saudáveis contribuem decisivamente para a manutenção da saúde, tanto de adultos como de crianças e adolescentes. Muitas vezes, o controle de fatores de risco relacionados ao estilo de vida, para determinadas doenças, faz parte de tratamentos propostos, ou ajuda a retardar o aparecimento de enfermidades. Atualmente, são comprovados diversos fatores de risco, que aceleram/auxiliam o surgimento da hipertensão arterial como, por exemplo: obesidade, hereditariedade, tabagismo, etilismo, ingestão elevada de sal e sedentarismo. (CHAVES et al, 2009)

A HAS é um grande problema da saúde pública no Brasil e no mundo, sendo um agravo de intensa magnitude em termos econômicos, sociais e de qualidade de vida. É considerada um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial coronariana e, em combinação com o diabete, por 50% dos casos de insuficiência renal terminal. Dentre as complicações, observa-se que as doenças cerebrovasculares são as mais frequentes e as que mais ocasionam sequelas físicas e, consequentemente, demandam maior apoio familiar na realização dos cuidados. (LOPES; MARCON, 2009)

A hipertensão tem sido definida como uma pressão arterial sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e uma pressão arterial diastólica (PAD) maior ou igual 90 mmHg em indivíduos que não estão utilizando medicação anti-hipertensiva. Dependendo dos valores que a pressão assume, ela é classificada em estágio 1 (PAS: 140-159 mmHg; PAD: 90-99 mmHg) e estágio 2 (PAS maior ou igual a 160 mmHg; PAD maior ou igual a 100 mmHg). (LOPES; MARCON, 2009)

O consumo dos alimentos pode levar à ingestão de alguns nutrientes que por vezes induzem respostas indesejáveis na pressão arterial e também no sistema cardiovascular. Alimentos considerados de risco, ricos em sódio e gorduras saturadas devem ser evitados. A ingestão de sal é um determinante principal de pressão sanguínea elevada e está associada com o aumento da pressão arterial (FERRANTE et al, 2011). Ao mesmo tempo, os alimentos que oferecem proteção devem ser diariamente consumidos, ou seja, alimentos ricos em fibras e potássio. (V DIRETRIZES BRASILEIRAS, 2007).

Estudos populacionais epidemiológicos apontam que o sal tem papel fundamental na etiologia da hipertensão arterial. A correlação entre o aumento da prevalência de HAS e a ingestão de sal é bastante citada na literatura (COSTA; MACHADO, 2012). Atualmente existem políticas que exigem a redução do sal, principalmente nos produtos industrializados, e as mesmas indicam que este caminho pode ser viável. Porém dados sobre a eficácia e o impacto de tais intervenções continuam a ser limitados nos países em desenvolvimento. (FERRANTE, et al, 2011)

O padrão dietético DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), rico em frutas, hortaliças, fibras, minerais e laticínios com baixos teores de gordura, têm importante impacto na redução da PA. Os benefícios sobre a PA têm sido associados ao alto consumo de potássio, magnésio e cálcio nesse padrão nutricional (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Outros hábitos e mudanças ajudam na diminuição da pressão arterial, como perdas de peso e da circunferência abdominal, pois estas correlacionam-se com reduções da PA e melhora de alterações metabólicas associadas. Assim, as metas antropométricas a serem alcançadas são o índice de massa corporal (IMC) menor que 25 kg/m2 e a circunferência abdominal < 102 cm para os homens e < 88 para as mulheres. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010)
Observa-se uma discreta redução da PA com a suplementação de óleo de peixe (ômega 3) em altas doses diárias e predominantemente nos idosos. A substituição isocalórica de parte da proteína alimentar por um composto de soja associada a outras medidas não medicamentosas promoveu queda da PA em mulheres após a menopausa. O chocolate amargo (com alto teor de cacau) pode promover discreta redução da PA, devido às altas concentrações de polifenóis. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010)
O alho é um alimento muito utilizado para tempero, mas também tem efeito benéfico na redução da PA, onde o seu principal componente ativo é a alicina que tem ação metabólica, podendo atuar na coagulação, aumentando o tempo de sangramento e promovendo discreta redução de pressão. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010)
Para manter uma boa saúde cardiovascular e diminuir a pressão arterial, todo indivíduo deve realizar, pelo menos cinco vezes por semana, 30 minutos de atividade física moderada de forma contínua ou acumulada, desde que em condições de realizá-la. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010)
Contudo, é muito importante aliar aos hábitos de vida saudáveis já comentados, técnicas de controle do estresse. Estas têm sido avaliadas, porém com resultados ainda conflitantes. Meditação, musicoterapia, biofeedback, yoga, entre outras técnicas de controle do estresse, foram capazes de reduzir discretamente a PA de hipertensos. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010)
Dessa forma, é indubitável a prevenção e o tratamento dessa patologia, aumentando o consumo de frutas e verduras na dieta, bem como diminuindo a ingestão de embutidos e enlatados, pois são ricos em sódio. A prática regular de atividade física contribui, juntamente com a boa alimentação, na recuperação da pressão arterial adequada a cada paciente. 
REFERÊNCIAS
LOPES, Mislaine Casagrande de; MARCON, Sonia Silva. A hipertensão arterial e a família: a necessidade de cuidado familiar. Revista da Escola de Enfermagem da USP. São Paulo, v. 43. n. 2., p. 343-350, 2009.
FERRANTE, Daniel et al. Feasibility of salt reduction in processed foods in Argentina Revista Panamericana de Salud Publica. Washington, v. 29. n. 2., p. 69-75, fev. 2011.
CHAVES, Emília Soares et al. Crianças e adolescentes com história familiar de hipertensão arterial: indicadores de risco cardiovasculares. Acta Paulista de Enfermagem. São Paulo, v. 22. n. 6., p. 793-799, mar. 2009.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. São Paulo, v. 95. n.1., p. 1-51, jul. 2010.
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq. Bras. Cardiol.,  São Paulo,  v. 89,  n. 3, Sept.  2007 .  
COSTA, Fabiana Pires; MACHADO, Sandra Helena. O consumo de sal e alimentos ricos em sódio pode influenciar na pressão arterial das crianças?. Ciênc. saúde coletiva,  Rio de Janeiro,  2012 .
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO

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